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A Equipa Redactorial

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

150º Aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Lourdes (1858-2008)

Celebra-se este ano o Jubileu dos 150 anos das aparições de Nossa Senhora a Bernardete Soubirous, em Lourdes, no Sul de França, em 1858. Desde então ali têm ocorrido gentes de todas as partes do mundo. Todos os anos o Santuário de Lourdes recebe cerca de seis milhões de visitantes, motivados pela fé e pela esperança de serem curados ou de alcançarem as graças pretendidas nos momentos de maior desespero ou provação. Este Jubileu vai ser comemorado ao longo do ano de 2008, tendo as celebrações começado no passado dia 8 de Dezembro de 2007, terminando no mesmo dia 8 de Dezembro deste ano.
Neste mês de Fevereiro o programa é o seguinte:
Dia 2 – Festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo – Jornada da Vida Consagrada
Dia 6 – Quarta-Feira de Cinzas – Entrada na Quaresma
Dia 9/11 – Recolhimento – “Acolher a Mensagem de Lourdes”
Dia 11 – 1ª Aparição – Festa de Nossa Senhora de Lourdes – Jornada Mundial do Doente
Dia 14 – 2ª Aparição – Acolhimento em frente à Gruta ás 11h30
Dia 16/18 – Recolhimento – “Com Bernardete, vive a graça de Lourdes”Dia 18 – 3ª Aparição – Festa de Santa Bernardete – Á noite, procissão na cidade – Debate sobre a quinzena das aparições.
Dia 22/24 – Recolhimento – “A Quaresma à luz de Lourdes”
Dia 29/2 Março – Recolhimento – “A Quaresma à luz de Lourdes”

1ª Aparição de Nossa Senhora a Bernardete – 11 de Fevereiro
Aquela Quinta-Feira, 11 de Fevereiro de 1958, aparentemente foi um dia como outro qualquer de Inverno. Joana Baloum, de 12 anos, com Bernardete e sua irmã Maria, foram apanhar lenha, para se aquecerem no frio daqueles dias.
Dias esses que os mais abastados passavam juntos da lareira, enquanto os mais desfavorecidos tinham que trabalhar, indo para os montes e florestas apanhar lenha para se aquecerem, mas também para vender alguma e assim conseguirem um pouco mais de dinheiro.
A família Soubirous, pais de Bernardete,era tão pobre que não se podia dar ao luxo de não trabalhar ficando ao pé do lume, nem mesmo nos dias mais frios de Inverno.
Depois de algumas hesitações, as três meninas decidem ir pelo monte junto ao rio Gave. Só que nesse local havia uma pequena colina rochosa a que chamavam Massabielle. No entanto, para lá chegar era preciso descalçarem-se e atravessar o rio com água pelo joelhos. Joana e Maria passaram com facilidade, mas Bernardete sabia que a mãe não lho permitia, devido à sua frágil saúde. Caso decidisse atravessar sabia que lhe faria mal. Ficou ali à espera das companheiras, mas como estas se estavam a demorar mais do que o previsto, Bernardete começou a descalçar-se para ir ao seu encontro. Ouviu, então, o rumor do vento nas árvores, forte como se previsse uma tempestade.
Virou-se e assustou-se quando reparou que as árvores em seu redor mal se mexiam. Começou então a rezar. Alguns instantes depois voltou a sentir o mesmo ruído do vento, e reparou que este vinha do lado de uma gruta que lá havia, notando que os ramos da entrada se agitavam.
Continuou a descalçar-se e, quando se decidiu a meter o pé na água, ouviu novamente o mesmo ruído à sua frente.
Levantando os olhos, olhou para a gruta onde os ramos se mexiam. Qual é o seu espanto quando vê dentro da gruta uma bela jovem que parecia ter a sua idade, que a saudou com uma ligeira inclinação de cabeça, ao mesmo tempo que estendia os braços e abria as mãos. Do seu braço direito pendia um lindo rosário. Nesse instante, Bernardette esfregou os olhos, pensando que não era verdade o que os seus olhos estavam a ver, quando a Virgem, com um sorriso gracioso, a convidou a aproximar-se.
Quando as companheiras regressaram de apanhar lenha, viram que Bernardete estava em profundo êxtase. Chegaram a pensar que a irmã estava morta.
Quando voltou a si a jovem perguntou-lhes: “Vocês viram alguma coisa?” Ao que as irmãs responderam: “Não, e tu viste?”
Bernardete resolveu não lhes contar logo o sucedido, no entanto no caminho de casa acabou por lhes revelar tudo: “Vi uma Senhora muito bonita e resplandecente, vestida de branco com uma faixa azul e com uma rosa amarela em cada pé… Que linda que ela era!... Que sorriso tão amável quando rezava o rosário comigo! Oh, como gostaria de voltar a vê-la! Mas não digam a ninguém!”
Elas prometeram, mas mal chegaram a casa, não conseguiram calar-se.

João Teixeira
in "A Voz de Leça", Ano LIV - Número 11 - Fevereiro de 2008

Os relatos das aparições assim como os acontecimentos deste Jubileu comemorativo, vão sendo publicados todos os meses, para nós também viver-mos este ano com uma especial devoção a Nossa Senhora de Lourdes.